Plutarco de Queronéia foi um dos primeiros escritores deste gênero de literatura histórica, ele focava os aspectos éticos e psicológicos dos seus personagens. Plutarco procurava tirar lições morais dos seus personagens, seja tomando-os com exemplos ou como modelos reprováveis. Entre os seus biografados estavam Alexandre, o Grande, Julio Césr, Demóstenes e Cícero.
O biografo é o individuo a quem foi incumbido à tarefa de escrever a vida de um personagem o alguém que resolveu escrever a biografia de uma pessoa por admirá-la ou detesta-la. Nos estudos de historiografia recomenda-se que alguém que se propões a escrever uma biografia deve manter-se o mais neutro possível. Mas que se concordar que é difícil alguém escrever sem se apaixonar pelo que esta fazendo.
O ser humano por natureza acaba interagindo com outros humanos, e isso é questão de empatia ou antipatia, as pessoas acabam se aproximando das pessoas que gosta e se afastando de quem ela não gosta. É difícil, por esta razão, o biógrafo que não tenha uma posição intima sobre o personagem sobre quem escreve.
Jesus teve quatro seguidores que escreveram sua biografia: Mateus , Marcos, Lucas e João. Estudos teológicos mostram que cada um apresentou Jesus da maneira que sua impressão pessoal via o Senhor, o fato de destacar uma faceta do personagem a ser biografado não significa que a biografia ficou contaminada.
Mateus escreveu a biografia de Jesus do ponto de vista do interesse que um judeu teria pela figura de Jesus, Mateus sempre relaciona as atitudes de Jesus comparando-as com versículos do Antigo Testamento.
Marcos apresenta uma biografia mais sucinta, Jesus é o homem, ele mostra a humanidade de Jesus, já Lucas dos quatro biógrafos é o que se preocupa mais com detalhes históricos, enquadrando Jesus no contexto histórico, localizando na história. Lucas apresenta Jesus para o mundo como o homem perfeito, o ideal grego.
A biografia que João escreveu de Jesus é focada na divindade de Cristo, seu interesse é em mostra que Jesus é Deus que tomou a forma de homem e habitou entre nós. Os discursos que Jesus pregou que não estava contido nos outros livros biográficos aparecem no texto de João, o que sugere que João já poderia ter apreciado a leitura dos outros biógrafos e queria mostra outros tópicos não abordados nas outras biografias.
José Van Den Besselaar no seu livro Introdução aos Estudos Históricos. São Paulo: E.P.U.,
1979. p.80 disse sobre o trabalho do biógrafo:
...o biógrafo não pode jamais prescindir o elemento
social, sempre observável até o homem mais individualista
do mundo: tem de revelar-nos as feições
próprias do ambiente histórico em que foi educado e
viveu o herói da biografia, a fim de lhe descobrirmos
a originalidade e a personalidade. Escrever uma boa
biografia é empreendimento muito mais custoso do
que se pensa em geral
AMOR E ÓDIO
No meu curso de história da Unimes, na aula 10 de Introdução aos Estudos Históricos li o seguinte texto:
“O homem se interessa sempre pelo homem e tem tendência a amá-lo ou
odiá-lo. Raramente o homem toma uma posição neutra perante seu próximo.
Esse ponto é muito delicado para o biógrafo. Por maior admiração ou
desprezo que tenha pelo biografado, não se pode deixar levar pela emoção
a ponto de deturpar a “verdade” histórica. Sua tarefa é a responsabilidade
em registrar a maneira exata como encontrou nas fontes. Aí está o que
chamamos de rigor histórico.”
Vemos que realmente é difícil lermos uma biografia sem que tenhamos uma posição de amor ou ódio ao biografado, mas devemos ser sensatos tanto ao fazer a biografia de alguém, como também devemos ser sensatos sobre nossa posição a respeito do biografado, pois com certeza haverá boas lições à extrair da vida do pior dos homens
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